sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pensar e agir

Já não penso em como falar ou descrever coisas. Penso agora em como observá-las melhor e em como entendê-las. Pode ser mania do curso de ecologia, mas sei que isso está me fazendo enxergar o mundo de forma diferente e nem sempre legal. As coisas ao redor ocorrem sem muita interferência; uma depende da outra, sem mesmo que você possa fazer algo, pois quando acontecem, você já a provocou antes.

Uma coisa é certa, colhemos o que plantamos. Mais cedo ou mais tarde a colheita vem, seja uma colheita maldita ou colheita de bonança. Pequenas atitudes, decisões que tomamos hoje, a não ida de uma balada, por exemplo, muda o que você ver, sente, pensa, mudam algumas expectativas, deixa de conhecer sensações que nunca saberá quais são. Cursar ou não determinado curso, este exemplo agora em longo prazo, fará perder oportunidades que realmente anseia para realização de sua vida; o tempo não para. Não falar e fazer o que realmente o coração manda, sabemos os resultados das tragédias românticas. Juntando tudo que você faz, com tudo que você pensa e dividido pelo carinho que tem com as pessoas e o meio em que vive, irá dar um resultado que é uma eterna variável.

As pessoas são diferentes, possuem ideias diferentes, são complicadas demais, possuem mundos diferentes em sua cabeça, somos complicados demais e talvez este seja o motivo de estudar ecologia e me importar mais em a humanidade não prejudicar a natureza e tentar prezervá-la, ao invés de tentar fazer com que o ser humano a respeite por livre e espontânea vontade, apesar do homem ser o principal objeto de estudo da Ecologia.

Penso que o homem, junto com as atividades que realiza, são o câncer da Terra. As cidades são as feridas vivas que comem a "carne terrena" e sua vitalidade. As ruas e avenidas são as veias e artérias, onde os organismos vivos do câncer podem destruir o organismo Terra em outros lugares. Somos vírus. O que o vírus faz? Hospeda-se e aproveita-se do organismo hospedeiro até mata-lo. Ondem o homem vai, ele destrói. Seja uma simples viagem de turismo, mas ele vai levar e descartar seu lixo que leva quinhentos anos para ser decomposto. Somos os únicos seres vivos que matamos um ser da mesma espécie somente por causa de uma discussão, ou por causa de dinheiro, ou por mulher, no caso dos homens. Somos o único animal que destrói seu habitat. Dai questiono: mas os outros animais não brigam? Brigam, mas dificilmente se matam e pouco alteram o ambiente.

Nós deixamos de nos adaptar aos ambientes em que vivemos e passamos a adaptá-los as nossas necessidades. O mundo está em constante mudança, em constante movimento, assim como o tempo. Será que iremos sobreviver as mudanças que não poderemos controlar? Se pararmos para pensar, as condições que necessitamos para sobreviver são tão delicadas que qualquer alteração na temperatura, já morrem dezenas de calor ou frio.

Nossas atitudes podem mudar muita coisa. Nosso modo de enxergar o mundo pode mudar a forma como consumimos desordenadamente, como tratamos o próximo de forma humilhante, como vemos as pessoas ao nosso redor.

Hoje as pessoas olham o próximo como concorrentes, em pessoas que podem prejudicar sua carreira, etc. Às vezes prefiro pensar como um irmão que a qualquer momento entra na sua vida de forma inexplicável, da noite pro dia e já muda alguma coisa dentro de você, na forma como enxerga a vida. Prefiro pensar que é uma pessoa que pode fazer você voltar a acreditar que ainda existe amor no mundo, demonstrando com um simples sorriso, sendo neste momento clichê.

Para mudar o mundo, temos primeiro de arrumar nossa casa, mudá-la e ai sim, começar a mudar alguma coisa no condomínio, depois no bairro, na região, na cidade, etc. Nem mesmo os grandes gênios conseguiram “mudar” o mundo começando pelo macro.

Não penso que estamos aqui por acaso, temos alguma missão. Nossas atitudes e palavras profanadas são como flechas, não voltam nem cá gota! Eu sei o que fiz, penso que sei que poderia ter feito melhor e sei o que fiz de errado. Deixei passar oportunidades que talvez hoje estivesse muito mais feliz, muito mais realizado, mas como saberei? O tempo não para e deixei passar bem na minha frente.

Tento não me arrepender do que fiz, mas algumas vezes é inevitável. Só não tenho vergonha de reconhecer os meus demônios, mesmo deixando que eles me acompanhem por algumas vezes, o que não digo ser certo, mas conveniente. Esse sim é meu erro e de grande parte das pessoas que conheço. Com certeza é mais cômodo e menos doloroso aprender a conviver com demônios, a tentar se livrar deles. É mais fácil fechar os nossos olhos para o que fazemos ao meio em que vivemos, a tentar mudar nossos confortáveis hábitos consumistas.


Pluie de Mots