segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Meu vinho e mais vinte amigos

Meu litro de vinho barato
De teu admirador de fato
Clamo:
Nao pense de mim um chato
Porque nao atendes meu chamado
De amnesia recente necessitado?

Bebida dos deuses e do perdao
Da cor de sangue teu aquoso
Dos meus medos tu nao abre mao
Consumindo minha parte cinza
Desgastada de memorias ranzinzas

Te escolhi companheiro
Mais vinte do maço inteiro
Para que dentre todos os medos
Em teu embreagante enrredo
Tranquilo acomadasse-me ao travesseiro

Mas de minhas culpas perversas
Tu me lembra bem sem pressa
Que na minha guardada promessa
O tempo queima nossa culpa
Na minha mente total desnuda

Vinho barato que nao presta
Nao me embreaga
Nao me engana
Nao me esconde tanta vontade
De estar em companhia tua

Nao, nao é a tua companhia
Nao eh a tua alegria
Nao eh isto de momento
Eh do tudo meu invento
Nao eh dela meu tormento

Me faz embreagar minhas memorias
Me faz derrubar as derrotas
Mas amanha; amanha
Na ressaca mais violenta
Me traz as deslembrancas de volta

Meu vinho barato que nao presta
De raiva de ti nao me ocupo
Mas da raiva do canto escuro
Da minha parte cinza
Que me encontro e me procuro

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